12 de mai. de 2015

O Guerreiro de Aço #07







#07


O guerreiro de aço levantou sua espada para disferir seu golpe. O ferreiro tentando se livrar corta a parte da camisa onde o gigante segurava com uma pequena faca. Após cair no chão, correu para o único lugar que estava em seu alcance, onde ficava a cadeira.

O medo estava estampado em seu rosto, o desespero na luta pela vida transparecia em sua respiração ofegante. Suor escorria por todo seu corpo, mal conseguia ficar de pé, suas pernas tremiam e fraquejavam de pavor. A cadeira fria de aço era o suporte que encontrou para tentar manter-se erguido. Seus olhos corriam pela sala tentando encontrar alternativas para uma possível fuga, mas o guerreiro de aço guardava a porta de entrada, e as portas laterais que davam acesso onde ele acabara de sair não pareciam interessantes para ele.

- Você não precisa fazer isso comigo! Eu prometo que não volto mais!

Não pareceu comover o guerreiro de aço. Seus passos que golpeavam o chão ficavam cada vez mais firmes e próximos de Looth.

- Eu prometo que devolvo tudo, prometo!

O guerreiro de aço impelido pela ira arremessa uma grande adaga, que poderia servir de espada para um homem pequeno, acerta perfurando completamente a perna do ferreiro, fazendo Looth gemer de dor e cair no chão. O ferreiro não poderia mais correr e esperava em pânico a morte revestida de aço ceifar sua vida.

Com lentos passos o algoz parecia saborear o momento, gostava do desespero do ferreiro. Os aventureiros aproveitaram o momento de distração para sair de trás da pilastra onde estavam escondidos, em silêncio e fora do campo de visão do guerreiro de aço que estava de costa para eles.

- Não deixem ele me matar! – gritou o ferreiro em desespero chamando a atenção dos aventureiros. – Por favor! Não!

Os aventureiros por um momento avaliaram seu pedido, pararam a fuga e observaram a situação, mas seguiram antes do guerreiro de aço desviar seu olhar para eles.

- Malditos! Malditos! Não! Por favor, me perdoe! Nããããã...

Ao sair da sala os aventureiros puderam testemunhar o ultimo golpe que acertou em cheio o ferreiro não deixando chances de sobrevivência. Um golpe brutal. Manffer virou seu rosto para não ver, sentiu culpa pelo sangue que escorria na sala.

Os aventureiros seguiram sua fuga correndo pelo salão o mais rápido que conseguiam.

Os passos firmes começaram a ser ouvidos à distância. Um leve tremor acompanhava o som do aço se chocando. O eco fazia parecer que o vento o trazia de todas as direções.

Os tuneis da caverna eram intermináveis. Com vários caminhos, todos escuros, pareciam dar no mesmo lugar. Sentiam que estavam correndo em círculos. Não encontravam portas, salas, clareiras, pátios, salões... Ficaram todos para trás na fuga. Para frente era apenas um longo caminho negro e frio. As curvas constantes faziam perderem o censo de direção dando a certeza que estavam completamente perdidos.

Os passos do guerreiro de aço em alguns momentos pareciam longe, em outros bem perto, era inevitável serem pegos, cedo ou tarde.

- Como poderemos escapar dessa cavernar maldita! – reclamou Barthrer.

Fez sinal Tharyn para todos pararem chamando a atenção deles que não se podia escutar mais os passos de quem os perseguia.

- Ele não deve ter desistido – Zalian parecia transtornado – ele deve estar nos confundindo. O que vamos fazer?

- Todos os caminhos têm varias bifurcações. – começou a dizer Manffer fazendo uma pequena pausa para pensar e continuou – Até mesmo para ele que deve conhecer todos esses caminhos perfeitamente não será fácil nos surpreender. Se seguirmos com cuidado poderemos passar sem sermos detectados.

Um grande som de impacto de aço pode ser ouvido à frente deles. Um tremor os desequilibrou, tiveram dificuldade de se manterem em pé e prontos para a batalha.

- Acho que ele já está nos esperando... – Tharyn segurava seu arco e apontava uma direção – O som veio dessa direção, e por essa – apontou a direção contrária – veio o tremor. É uma armadilha.

- Ele está nos levando para onde ele quer... – Manffer concluiu.

- Sim. Onde deve ser melhor para ele nos enfrentar.

- Para mim, isso só prova que ele não é tão indestrutível assim – disse o bárbaro – Ele está evitando um confronto direto.

- Isso me preocupa ainda mais... – Manffer guardou sua espada e coçando sua barba olhava as direções que poderiam seguir. – Quer dizer que ele possui inteligência elevada, ou pelo menos é um excelente caçador, e se contar com uma densa armadura de aço. Acredito que será um adversário a altura.

- Quem não te conhece, Manffer, poderia achar que você está com medo.

- Estou receoso... Não tenho certeza se quero enfrenta-lo. Tharyn tem alguma ideia por onde podemos seguir?

- Temos quatro opções. Todos vão nos deixar ainda mais perdidos. Correr não vai adiantar, devemos nos preparar para lutar. Nunca gostei de ser caçada, prefiro ser a caçadora. Vamos surpreendê-lo em sua própria armadilha.

- Estou com Tharyn – disse o bárbaro animado com a ideia de enfrentar o guerreiro de aço – Eu quero lutar! Ele provará do meu aço.

- Eu sou amante de uma boa luta – começou a dizer Zalian coçando sem jeito o seu pescoço – mas estamos em desvantagem. Lutar com ele aqui nessa caverna é suicídio. Podemos atrai-lo para fora.

- Mas como escaparemos e como vamos atrair ele para fora, mago?

- Como o Manffer acabou de dizer. Se formos com cuidado podemos passar despercebido. Entramos então também deve haver uma saída. Uma fez encontrada a saída podemos atrai-lo para fora.

- Eu prefiro armar uma armadilha dentro da caverna – disse Tharyn – Ele não deve esperar nossa reação de confronto.

Manffer pareceu pensar nas possibilidades tocando o cabo de sua espada e disse:

- Do lado de fora da caverna tem um exercito nos esperando. Não encontramos a filha do duque e perdemos o ferreiro. Não conseguiremos armar uma armadilha para o guerreiro de aço sem antes resolvermos essa questão. Se lutarmos com ele aqui, como Zalian disse, estaremos em total desvantagem. Ele possui inteligência, pensa que somos ladrões como o ferreiro.

- Você não está propondo conversarmos com ele?

- Tharyn, Ele é inteligente. Podemos usar isso a nosso favor.

- Como?

- Ainda não sei... Mas ele pode saber onde está a filha do duque. Isso se alguma vez ela tenha entrado nessa caverna.

- Você acha que fomos enganados o tempo todo pelo ferreiro? Isso tudo é um plano dele para roubar novamente, seja lá o que for do guerreiro de aço?

- Não tenho certeza, só acho essa história muito estranha... O ferreiro ser chamado de ladrão, não ter vestígios que alguém tenha entrado aqui, nem ladrões, todos tem medo dessa caverna... Precisamos de respostas.

- Então, o que vamos fazer? – perguntou Tharyn.






- Armar uma armadilha para surpreender o guerreiro de aço

- Atrair o guerreiro de aço para fora da caverna

- Tentar conversar com o guerreiro de aço em busca de respostas





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