22 de fev. de 2015

O Guerreiro de Aço #06


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#06


Zalian esfregou as mãos suavemente proferindo palavras incompreensivas até elas estarem tomadas por chamas. Acendeu as tochas de seus companheiros e deixou o fogo em suas mãos pronto para atacar.

Os aventureiros empunharam suas armas, prontos para o combate não importando o que fosse eles estavam preparados para lutar.

A caverna pareceu estremecer com um estrondo forte, e passos pesados se aproximavam deles.

- Esperem – disse Manffer colocando a espada a frente.

Tharyn se afastou um pouco de forma estratégica para ter um melhor ângulo com seu arco e flecha.

- LADRÃO!

Escutou-se alguém gritar não de muito longe. Era uma voz grave e carregada de ódio.

- LADRÃO! – Repetiu com ainda mais ódio.

- Se preparem. Está chegando.

- LADRÃO! – E a voz se aproximava.

Zalian aumentou a intensidade das chamas em suas mãos e se preparou para atacar. O bárbaro jogou sua tocha para frente a fazendo rolar para revelar quem estava vindo, e segurou seu grande machado de guerra com as duas mãos.

- LADRÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃO!

O grito veio acompanhado com uma nova corrente de ar que fez apagar todas as tochas. Como reflexo Zalian atirou uma bola de fogo na direção da voz. As chamas dominaram onde aconteceu o impacto formando labaredas intensas de fogo. A caverna voltou a se iluminar com a magia do jovem artimago, e os passos pararam. Zalian agora estava apenas com a mão esquerda dominada pelo fogo.

Uma forma pode ser vista atrás das chamas. Era algo grande, parecia estar revestido de uma armadura pesada completa. Os detalhes ficaram ocultos nas sombras, apenas um pouco mais que uma silhueta foi identificada. Estava cuidadosamente escondida na escuridão aonde a luz do fogo não chegava completamente.

- Que merda é essa? – O bárbaro apertou ainda mais forte o cabo de seu machado.

- Corre! – Gritou Manffer.

Os aventureiros não questionaram a ordem, começaram a correr para longe. Entraram em tuneis sem imaginar onde terminariam, escolheram caminhos sem pensar, apenas fugiram para longe. Não escutavam mais nenhum tipo de barulho, ou voz. Continuaram correndo e escorregaram em uma descida íngreme e rolaram por vários metros para baixo no escuro, Até finalmente pararem em solo plano e liso, parecia o piso de um grande salão.

- O que era aquela coisa? – Perguntou Zalian tentando se levantar dolorido da longa queda.

- Parecia um monstro vestido com armadura – o bárbaro procurava seu machado, mas não conseguia encontrar.

- Zalian, luz – O jovem artimago ascendeu uma tênue luz na palma de sua mão após o pedido de Manffer. – Aquilo, amigos, era o guerreiro de aço.

Os aventureiros se entreolharam com a iluminação precária, não se podia ver a expressão de Manffer, mas ele estava pensativo tentando entender onde estavam.

Zalian intensificou a luz em suas mãos e os quatro puderam ver onde estavam. Era uma antiga forja, grandiosa, com todos os equipamentos essenciais, entre outros que não eram comuns, e muito menos conhecidos. Tudo parecia limpo e muito bem cuidado. Uma forja que era constantemente utilizada a julgar por sua organização, mas não podia se encontrar nenhum tipo de matéria prima, ou armas, nem mesmo armaduras, só havia os equipamentos.

- Como pode existir um guerreiro de aço? – Barthrer vasculhava o local em busca de armas, mas só encontrou seu próprio machado.

- Só vimos uma silhueta, não se pode afirmar que seja ele – Tharyn observava uma grande marreta que julgava não conseguir levantar de tão pesada, talvez nem mesmo Barthrer consiga, pensou - ele estava tentando nos intimidar...

- E conseguiu! – completou Zalian rindo.

- Vamos continuar andando. – Manffer assumiu a dianteira sendo seguido pelos outros.

A caverna parecia menos úmida à medida que caminhavam em direção as suas profundezas. O caminho ficando mais largo. Colunas escoravam o teto. Logo as paredes da caverna foram substituídas por paredes ornamentadas com entalhes em baixo-relevo, desenhos que contavam histórias de batalhas antigas se revelavam detalhados como uma pintura.

Chegaram onde parecia ser o salão principal de algum palácio que foi a muito tempo habitado, mas não havia ninguém, nem som, nem luz, muito menos fogo. Estava abandonado, porém, limpo. O teto era alto a perder de vista na escuridão, extenso em comprimento, poderia abrigar um número elevado de pessoas confortavelmente.

Seguiram e encontraram uma porta que estava aberta ao fundo do salão. Sua entrada media quatro metros de altura e de largura. Seu interior era iluminado por uma luz que vinha do alto e se espalhava por todo sala. Ao fundo havia uma cadeira, que poderia se passar de um trono todo feito de aço, ornamentado com detalhes em preto. Ficava em um lugar mais elevado, com três largos degraus. A sala possuía saídas laterais de ambos os lados, e de trás da parede de onde estava a grande cadeira de aço se ouvia sons, como se alguém estivesse procurando algo jogando tudo no chão com a pressa.

Os quatro aventureiros se esconderam atrás de uma das grossas colunas que sustentavam a sala quando o barulho sessou e pareceu ter desisto da procura, ou talvez encontrado o que buscava.

Era o ferreiro que saía de trás de uma das laterais, a oposta de onde eles estavam. Sua expressão de desespero o condenava, estava estampado em seu rosto que era culpado. Com passos apressados cruzou a sala em direção à porta.

- Esse miserável!

O bárbaro tentou interceptar o ferreiro, mas Manffer o fez parar e pediu para ele esperar com um sinal.

O ferreiro quando chegou à porta ficou paralisado, recuou alguns passos tremendo de medo.

- Por favor, não! Por favor, não! – repetia ele sem parar.

Suas pernas falharam e ele caiu sentado no chão enquanto recuava andando para trás.

- Por favor, não me mate! Por favor! Eu vou devolver suas armas! P-por favor.

- ENTÃO VOCÊ VOLTOU PARA BUSCAR O QUE NÃO CONSEGUIU LEVAR DA ÚLTIMA VEZ, LADRÃO?

Da porta saíra à voz carregada de ódio. Os passos pesados ficaram próximos, quando finalmente cruzou a porta o que seria uma grande armadura feita de aço cinza fosco, com símbolos negros pintados. Possuía mais de três metros de altura, larga e forte como um touro. Não havia partes orgânicas, apenas aço. Aparentava pesar mais de trezentos quilos. Segurava uma espada quase tão grande quanto ele, feita do mesmo material.

- Por favor! Eu devolvo tudo! Eu prometo que nunca mais volto aqui.

- CERTAMENTE VOCÊ NUNCA MAIS VOLTARÁ AQUI. EU VOU GARANTIR.

O Guerreiro de Aço levantou o ferreiro pelo pescoço com uma das mãos com toda facilidade de quem levanta um livro pequeno, seus pés ficaram a um metro e meio do chão.





- Salvar o ferreiro

- Deixar o ferreiro morrer



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